A Ilha Sobre As Nuvens

É tudo de bom, e é um privilégio morar numa ilha sobre as nuvens.

A ilha é linda, muito verde, cercada de céu por todos os lados e com vista para o horizonte.

Na ilha, o tempo é sempre bom, seja dia ou noite. Não chove nunca, porque as nuvens ficam abaixo dos nossos pés.

Mesmo sem ter praia, é uma delícia tomar banho de sol. A gente coloca um pano sobre a grama, se deita e fecha os olhos. Como não tem terra, a sensação é de estar num tapete voador.

Quando sinto sede, não preciso de copo para beber água. Espeto o chão com um canudo e bebo água pura e fresquinha. É uma delícia!

É uma delícia também quando enfiamos as mãos no chão e pegamos granizo para jogar bolinha de gude.

Todas as casas são de madeira, bem grandes e bonitas, pintadas de verniz, com varandas grandes e suas chaminés soltam cheiro de comida de vó. Também não tem feira, porque é só colher as frutas, legumes e verduras no pé.

Sempre que alguém faz chocolate, todos raspam um pouco do fundo da panela.

Mesmo sendo bem grande a ilha, ninguém se perdia, porque entre os muitos bosques, cada uma das trilhas têm nome de doce, uma cor diferente e cheiro de uma flor. Todas brilham no escuro com a luz das estrelas e da lua e refletem um lindo colorido no céu quando o sol bate. Todos podem ir a qualquer parte a pé ou de bicicleta. Ninguém precisa de carro. E quando alguém quer ir à Terra, é só ir ao trampolim e pular de paraquedas. Para voltar, é só plantar e escalar o pé de feijão mágico.

Bem, amor, amizade e gratidão são as matérias ensinadas na escola.

Todos os animais são maiores que os da Terra, mas são mansos e têm pernas pequenas. E como não tem rio, todos os peixes da ilha são voadores.

O mais legal é que ninguém fala, todos cantam. As conversas são musicadas, cheias de poesia, e toda conversa começa e termina com um abraço. Em toda comemoração tem dança de roda.

Ninguém se preocupa em ser feliz, porque todos vivem bem. Isso é o que importa.

Aqui na ilha, todo dia é dia das crianças, até porque todo mundo é criança, inclusive os adultos e idosos. Na verdade, todos nós somos apenas essência. Todos nós temos o essencial. Todos nós somos essencialmente humanos.

E somos essencialmente humanos porque preservamos a essência da criança que existe em cada um de nós, para sermos capazes de acreditar plenamente no BEM.

Somente preservando a ingenuidade podemos acreditar plenamente no BEM!

(Adriano Duarte)

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