Sobre o Menininho Sírio Morto na Praia

Na música “A Lei”, Raul Seixas escreveu que: “todo homem tem direito de mover-se pela face do planeta livremente, sem passaporte, porque o planeta é dele! O planeta é nosso!”

Em “Ouro de Tolo”, Raul nos mostrou que o cume calmo fica longe das cercas embandeiradas que separam quintais.

Em “Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)”, d’O Rappa, fica claro que:
“As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão”

Sepultura, em “Territory”:
“Racist ground will live
Shame and regret of the pride
You’ve once possessed

War for territory
War for territory”

Será que é possível imaginar o que restou na vida do pai do menininho, que também perdeu a esposa e outro filho?

Enquanto isso, o mundo é tão grande, mas tão grande, que se colocarmos apenas uma pessoa por metro quadrado, todos os 7 bilhões de habitantes do mundo caberiam dentro da área do município de Placas, no interior do Pará.

Nós, brasileiros, temos o privilégio de viver em um país cheio de coisas boas, capaz de acolher haitianos, africanos de diversos países, chineses, entre tantos outros. Mas precisamos evoluir muito no sentido de acolher melhor o nosso próprio povo.

É necessário que a dor alheia cause muita indignação!

Enquanto quem detém o poder tiver apoio para construir muros, não serão construídos tetos para aqueles que não têm chão.

(Adriano Duarte)

Deixe um comentário